Após algum tempo sem me dedicar à escrita por questões pessoais e profissionais, observei alguns detalhes nas ideias do meu livro acerca da ansiedade. Muitos que me acompanham sabem que, alguns assuntos, não tenho completa segurança em abordar aqui na coluna, pois sigo a premissa de Sócrates de que “Só sei que nada sei”, e considero que algo só pode ser conhecido a partir de estudos aprofundados sobre qualquer área do conhecimento. Estou me identificando cada vez mais com a área da Filosofia por conta disso. Mas, uma coisa que vejo, principalmente nas redes sociais, me fez ter mais razão e segurança na opinião de que a internet, ao mesmo tempo que é extremamente útil e construtivo para o mundo, também se torna uma armadilha muito convincente para naufragarmos na ignorância.
Nas redes sociais, existem vários universitários que, ao conhecer algo novo, querem expor na internet a ciência aprendida – eu sou uma – mas não percebemos que as pessoas ao redor, que não tem a mesma capacidade cognitiva de conhecer e refletir, acabam levando a ciência para o lado extremista. Não estou julgando que as pessoas sejam ignorantes, mas sim que não têm o hábito de refletir e ponderar cada opinião, seja científica ou não. E isso resulta em uma bola de neve: quanto mais cresce, mais perigoso fica.

O problema dessa geração é que grande parte das pessoas estão cheias de razão, mas razões tiradas de vídeos ou matérias resumidas da internet. Sim, tem informações verdadeiras e lógicas, porém não são todas. Eis o porquê de tantas pessoas serem tão individualistas, egoístas e principalmente: donas de verdades que, na realidade, são falácias. Para quem não sabe, falácia é uma mentira que, contada por várias e várias vezes, acaba ‘se tornando uma verdade’. Um grande exemplo que tive foram vídeos resumidos que via sobre relacionamentos, – antes de conhecer a Filosofia – dizendo que uma mulher precisa ser egoísta, egocêntrica, narcisista e prepotente para que um homem dê valor a ela (eu assistia muitos vídeos sobre isso). Resultou em quê? Eu me desmerecendo por não conseguir ser tudo aquilo que o influencer havia dito. E por que isso? Porquê eu não tinha amor próprio e compreensão do que o rapaz do vídeo estava querendo dizer – principalmente por ser imatura. E nos dias atuais, infelizmente, existem pessoas tão imaturas… “Ah! Mas toda pessoa tem seu tempo de amadurecimento, Érika.”, sim, eu sei disso, mas só porque isso é verdade, eu vou me conformar em ser imatura? Até o momento de, magicamente, eu amadurecer?! Ou vou correr atrás de informações para buscar meu autodesenvolvimento">Opinião:
Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
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