Intensa, crua e direta. “Ninguém Morreu” é a nova música do lagunense Raul Silter. Músico, compositor, cantor e poeta, o artista traz um single com uma mensagem visceral, com versos cantados de forma ritmada, sem abrir mão da profundidade e da reflexão. Um som totalmente diferente do que havia apresentado até então e que não vai ar despercebido. “Ela é pesada. É sensível. Tem ritmo, swing e poesia. É eu em cada vírgula. Uma tradução de quem eu sou, de fato, que aponta para onde vou musicalmente”, revela. O som será lançado junto com um videoclipe no próximo dia 25 e estará disponível em todas as plataformas digitais. Um evento para reunir amigos e fãs está sendo organizado, e acontece na noite do dia 24, no Laguna Black Eventos.

A ideia inicial da música nasce como uma resposta à canção “Abundamente Morte” do músico Luis Melodia, uma das referências de Raul. Mas foi com o improviso que o processo criativo ganhou corpo e identidade. A maior parte da composição surgiu de um freestyle na primeira reunião com o produtor Paulo Pfuzen. “Apresentei a música para ele no violão. Então começamos a fazer uma jam gravada, eu na voz e ele na guitarra. Fui cantando e comecei a improvisar. Gravamos por 30 minutos ininterruptos. Quando ouvi em casa vi que tínhamos o som”, conta o compositor, que tem o movimento hip hop como inspiração desde a infância, quando já versava pelas calçadas de Laguna.
É por isso que “Ninguém Morreu” imprime uma nova fase de Raul, em que o artista mostra diferentes lados da própria personalidade, quem ele é, o que acredita, além de misturar inspirações como Chico Science & Nação Zumbi, Jards Macalé e Racionais MC’s. “Vivi muitos momentos difíceis na vida e dou vazão nisso através da arte. Essa música foi uma construção linda. Faz parte desses últimos anos de amadurecimento, de aceitar o peso das dores e falar sobre isso, e não fingir que nada aconteceu ou transformar em letras otimistas. Agora, quero gritar, cantar e rimar, da mesma forma que danço quando o DJ toca um dub pesado. Essa nova etapa é isso, uma mistura de tudo que me influenciou, das melodias mais bonitas aos versos mais pontudos, ando pela maluquice”, finaliza.
A letra e a produção
“Ninguém Morreu” denuncia o cotidiano de quem se sente invisível, onde a luta e a sobrevivência são o foco no dia a dia. Raul traz uma reflexão sobre as questões sociais e o Brasil que está fora dos condomínios. “Na letra falo do “compadecimento de internet”. Das frases de efeito que se repetem Instagram adentro, muitas vezes utilizadas por figuras importantes, até governantes para demonstrar um certo tipo de virtude na tela. É muito fácil fazer parte de uma hashtag do próprio iphone, mas e a vida? E o que está acontecendo com as pessoas que estão no nosso lado? E na nossa rua">
